Gume, s.m., o lado afiado de um instrumento cortante; fig. Agudeza, perspicácia. É com estas duas definições, uma literal e trivial e a outra de sentido mais figurado, que iniciamos esta breve reflexão sobre uma obra que ostenta no título uma palavra denunciadora da intenção e da posição do autor perante a escrita e perante a vida: um misto de capacidade de observação e de vontade para denunciar. Deste modo, o leitor fica, à partida, prevenido sobre o que vai encontrar no interior da obra: uma poesia carregada de amargura perante o estado a que o país chegou, mas também eivada de esperança de que um dia haja a revolta e a reviravolta que tudo alteremà para melhor.
